
Diante dos fatos mais que impressionantes, quando homens enlouquecidos de medo se penduram como macacos insanos sob suportes e reforços das aeronaves que partem do Afeganistão, devemos nos perguntar sobre qual é, realmente, o papel da Imprensa na cobertura de fatos terríveis, como a escalada de terror e violência após a fatídica retirada das tropas militares americanas e a ascensão do Taliban ao poder no país.
No desespero para salvar a própria vida, pisoteiam-se uns aos outros. Tudo o que pretendem é, de algum modo, salvar a própria pele. Desconsolo e urgência!
No entanto, o fato de – daqui do tresloucado, mas confortável Brasil – tenhamos vaga ou nenhuma ideia do que é estar nesse estado de medo e horror em face ao desmantelamento da nação afegã, imersa em incertezas e falta de qualquer ajuda humanitária possível.
Sem entrar na discussão das ações do inepto presidente Joe Biden e sem fazer qualquer juízo de valor sobre as implicações geopolíticas na região e o alinhamento de forças no cenário mundial, devemos, entretanto, destacar a péssima e enviesada cobertura jornalística de fatos gritantes. È impressionante o que assitimos. Na TV paga. Temos que pagar para ver e ouvir issoe, hoje em dia, sequer poder criticar. Após uma inserção de uma reportagem na CNN Brasil a respeito da crise no Afeganistão, a apresentadora Carla Vilhena fez uma observação importante e não menos brilhante a respeito do verdadeiro problema do povo afegão diante da corrida pela vida: “Eles não usavam máscaras!” Sim, o problema é que não usam máscaras! Disse, ainda, que alguns a tinham mas deixavam o nariz de fora…
Onde já se viu isso? Com o dedo em riste, arremata: “E mesmo sendo um dos países menos vacinados do mundo!”.
Et meme factum est! Obviamente a internet não perdoou, com toda razão.
Durante anos a classe jornalística implorava por poder falar. Afinal, ela sabe das coisas! “Não somos apenas leitores de notícias”, diziam. Foi-se o tempo de robôs de paletó e gravata lendo teleprompter…
Lamentavelmente, devemos reconhecer: se for para escancarar a matraca e soltar impropérios como esses, então é melhor ficar de boca fechada.
Para quem queira checar o mal momento que praticamente demonstra de per si o estado lastimável que nos encontramos, eis o link com o trecho referido.
Péssimo!
Daniel Robinson